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PARA ESCOLHER A MELHOR LUZ

PARA ESCOLHER A MELHOR LUZ

A luz define um espaço. As sensações e emoções que ele causa. As atividades a que ele se destina. A volumetria, a forma, a estrutura. Tudo o que um ambiente é e transmite, perpassa pela iluminação. Para Osvaldo Perrenoud, lighting designer e especialista em iluminação cênica, a percepção de um espaço é definida pela luz - natural e artificial - que nele incide. “Sem luz não percebemos nada, são as trevas”.

Cada vez mais, a iluminação é percebida como o futuro da arquitetura e da decoração de ambientes internos e externos. E a escolha correta dos elementos de iluminação é fundamental para garantir que essas cenas, criadas através da luz, obtenham o efeito desejado.

Mauri Luiz da Silva, pioneiro no ensino de iluminação no Brasil, diz que, para fazer melhores escolhas sobre a luz de um ambiente, é preciso conhecer conceitos luminotécnicos básicos e as funções de cada modelo de lâmpada. Não é preciso ser nenhum lighting designer para acompanhar os passos a seguir, elencados pelo professor.

1. Nos dias de hoje, o primeiro passo é pensar em LED e que o produto escolhido tenha eficiência - iluminar bem, consumindo pouca energia. Quanto maior a quantidade de lumens, mais eficiente é a lâmpada.

2. Uma lâmpada de LED confiável deve, necessariamente, ser certificada. Ou seja, que possua o Selo INMETRO, nos modelos que a entidade exige. Como as marcas já são obrigadas a ter esse selo de eficiência, que é um pré-requisito, temos de avançar na busca pela real qualidade.

3. LED de qualidade tem de ter um bom/ótimo Índice de Reprodução de Cores - IRC, que compara a luz artificial à luz natural do Sol. Sendo a luz do Sol igual ao IRC 100, quanto mais próxima deste número estiver a luz artificial, melhor. Bom IRC, hoje, está na faixa acima de 80. Para ambientes de iluminação mais exigente, mais apurada no sentido de cores, o indicado é que seja igual ou acima de 90.

4. Uma vez que tenhamos produtos de LED confiáveis, de qualidade, devemos adequar o tipo de luz a cada ambiente, pois há várias temperaturas de cor de luz, cada uma com sua utilidade e função específica. Existe luz de trabalho e luz de lazer.  A luz branca, com alta Temperatura de Cor, na faixa de 4.000K ou mais, é indicada para ambientes onde é necessária atenção, pois ela desperta, excita, induz a produtividade - é a Luz de Trabalho. A luz amarelada, mais morna e quente, com baixa Temperatura de Cor, na faixa de 2400K, 2700K e, em alguns casos, 3000K, é ideal para ambientes de conforto, pois induz ao relaxamento.

5. Conhecidos esses conceitos, de luz que desperta e luz que relaxa, podemos definir que ambientes como estar íntimo, dormitórios, living, devem ser iluminados com luz de baixa Temperatura de Cor, para o aconchego e conforto dos usuários. Por outro lado, para locais como área de serviço, cozinha, garagem, escritório, naturalmente devemos instalar lâmpadas com luz de trabalho, Temperatura de Cor mais alta, a chamada luz fria.

6. Atenção à escolha dos modelos. Em residências, predominam lâmpadas como AR70 e AR111, PAR20 e PAR30, bulbos e as tradicionais dicróicas. As ARs e dicróicas são lâmpadas com efeito de luz direcionado, com fachos de luz mais concentrados, que criam espécies de recortes luminosos no espaço e, por isso, são indicadas para valorizar detalhes. Já as PARs e as bulbos são lâmpadas de luz geral, que contribuem para a iluminação funcional dos ambientes.

7. É importante levar em consideração, além do modelo, os ângulos de abertura das lentes das lâmpadas. Para a iluminação geral, escolhe-se as com fachos mais abertos. Para destacar objetos, como quadros, vasos, jardins, esculturas, aplica-se as com foco mais fechado.

8. Considere-se que, para locais ao ar livre, os produtos devem ter proteção contra umidade, com um Índice de Proteção elevado. IP65, no mínimo.

Aplicando-se a luz certa, originada de produtos de qualidade, estaremos fazendo o que, segundo Mauri, sempre se busca em um sistema de iluminação: muito mais do que deixar um ambiente bem iluminado, é proporcionar o conforto das pessoas.

 

* Ilustrando a galeria, fotos dos projetos das arquitetas Monique Henrich e Ingrid Vaz, Renata Marques, Vânia Morais, Camila Reichert e Christiana Mion. 

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09 de Março de 2018